A
escola pública precisa urgentemente incluir-se no mundo digital, sob pena de
tornar-se ainda mais obsoleta e desinteressante para crianças e jovens da nova
era.
O
aluno, público-alvo do seu trabalho, adentra os portões escolares com
conhecimentos tecnológicos e vivências digitais que a escola não pode ignorar.
Para
dialogar com esse estudante, que tem um “mundo google” em suas mãos, o qual
acessa através do celular, a escola precisa modernizar-se. E essa inclusão não
se restringe apenas em garantir a infraestrutura, que por si só já constitui
um grande entrave, visto que recurso tecnológico tem custo elevado; é
necessário, também, recurso humano capacitado e motivado para as mudanças
atitudinais necessárias.
O
Projeto Político Pedagógico da Unidade Educacional tem de problematizar essa
questão. Afinal, as relações humanas, em seus diferentes aspectos, inclusive o
educacional, passam hoje pela internet. O mundo virtual é uma realidade,
manifesto nas ações mais prosaicas do cotidiano que vão desde a comunicação por
e-mails, os relacionamentos nas redes sociais, as operações bancárias, os
agendamentos de consultas, até a educação e o trabalho a distância, etc..
Conhecer
e explorar a WEB 2.0 potencializa o trabalho escolar nos diversos campos
administrativo, financeiro e pedagógico. Os educadores precisam abraçar essa
ideia.
As
nossas crianças já nascem nesta sociedade de informações, plugados e ilhados
com as novas tecnologias digitais, redes sociais, aplicativos, informações em
segundos, linguagens superpostas, simultâneas, enfim um mundo fluido.
A
escola sempre foi vista como lócus da aquisição de conhecimento, se por muito
tempo o saber era em um processo verticalizado do mestre para o aluno, que era
o objetivo do aprendizado, hoje os saberes são compartilhados de forma
horizontal. O processo ensino-aprendizagem é um grande desafio neste contexto,
é preciso substituir uma lógica de ensino transmissivo por aprendizagens de
construção acompanhada dos conhecimentos.
Os educadores podem e devem
utilizar esta rede de saberes ao seu favor, a informação pode ser tanto
instrumento de pesquisa como de reflexão sobre a realidade. Para isto é importante o envolvimento dos
alunos em sala de aula extrapolando seus espaços demarcados. Os instrumentos a nossa disposição
possibilitam uma gama de oportunidades e discussões sobre temáticas das mais
diversas, utilizando os problemas que se apresentam e trabalhando de forma
coletiva suas possíveis saídas. Mas, ao mesmo tempo, é preciso também
substituir o espaço homogêneo da sala de aula por uma pedagogia mais
individualizada, diferenciada, adaptada.
É
extremamente importante nas reuniões de planejamento pensar em estratégias que
possam fomentar o uso da tecnologia na construção do conhecimento, fomentar a
discussão com os professores para que troquem ideias e explorem os recursos
disponíveis na escola. Ou que haja planejamento para melhorias na aquisição
destes recursos.
Alunos
e professores necessitam ter um papel ativo no processo de produção de
informação e conhecimento da internet, e não serem meros expectadores passivos,
que absorvem somente o que é transmitido sem nenhuma interação, ou dono da ação
da sua produção. Ainda observamos trabalhos que são somente cópias de livros
didáticos ou de trechos de sites da internet ou o famoso copia e cola e o visto
do professor.
Alunos
devem ser motivados a criarem, a trocarem informações e a realizarem postagens
com trabalhos de sua própria autoria. E isso só é possível se orientado, se
discutido e se ensinado.
É
necessário motivarmos os nossos professores a incluir estratégias de trabalho
com o uso das novas tecnologias da informação e comunicação. Observamos que no
site de escolas ou perfil de face book, os alunos se sentem motivados e
interessados a compartilhar materiais que são disponibilizados por essas
ferramentas, curtem, realizam comentários, postam fotos... Criar esta dinâmica
em sala de aula é possibilitar que os alunos façam uma interação maior com os
conteúdos estudados e explorem outros meios de estudo e construção do
conhecimento, do que somente visitar redes sociais ou participar de grupos de
conversa entre amigos e conhecidos. Blogs, fóruns de discussão, Wikis, sites
participativos, grupos e comunidades virtuais, podem auxiliar em muito o
trabalho do professor com determinados conteúdos, facilitar o desenvolvimento
de projetos e a sua divulgação entre a comunidade.
Como
coloca Paulo Roberto Montanaro: Entendendo que hoje se faz necessário o
trabalho por meio do uso das tecnologias, pois é uma mudança nos padrões de
manuseio de aplicativos dinâmicos online e a sua proliferação entre diversos
usuários, não se limitando a programadores de informática, mas também incluindo
aqueles usuários "ditos" leigos.
"(...) a
diversidade e o afluxo dos saberes hoje é tal que nenhum indivíduo, e
principalmente nenhum grupo fechado, pode mais possuir o conjunto dos
conhecimentos como ainda era possível nas sociedades arcaicas ou tradicionais.
A inteligência, o pensamento, o conhecimento estão condenados à partilha, à
abertura." (LYOTARD, 1998, p. 186).
Arlete, Claudia, Debora, Leandra, Solange e Jesse
Barreto.
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