terça-feira, 17 de março de 2015

Definição das Prioridades da Escola

         2015, ano novo, com retomada das ações pedagógicas trabalhadas até o presente momento, férias para os docentes e alunos. E hora de parar, avaliar e refletir o nosso percurso, enquanto equipe gestora.
       Em janeiro revisitamos o Projeto Político Pedagógico da Unidade Educacional e fizemos apontamentos do que é necessário ser acrescentado, atualizado e melhor discutido com a equipe de docentes, discentes e comunidade escolar.
Concordamos que o documento precisa ser melhor compreendido por todos os membros e segmentos da escola, principalmente da comunidade escolar, como pais e responsáveis dos nossos alunos. Foram muitas mudanças, publicações de decretos, portarias que reorganizam as nossas práticas no interior da escola e que necessitam de conversas, interpretações e entendimento das pessoas envolvidas.
Ao retomar o P.P.P., é necessário refletir a avaliação final da U.E., foram apontados como facilitadores: Colaboração e orientação, por parte da Direção, Coordenação, Colegas, Funcionários, ambiente e grupo da escola (incluindo os serviços terceirizados de limpeza e cozinha, bem como a articulação com os estagiários do CEFAI, Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão, estagiários do Programa Ler e Escrever e A.V.E, Auxiliar de Vida Escolar), liberdade para a execução do trabalho, discussões na JEIF, Recursos físicos, Infraestrutura, materiais, apoio da Direção em casos de Indisciplina, trabalho por meio de projetos.Os dificultadores elencados forma: número de alunos por sala(para 2015 a SME publicou uma portaria com a reorganização do número de alunos por sala Portaria nº /2014), falta de interesse e participação dos alunos e da família, frequência irregular dos Alunos, falta de materiais, livros, cadernos de apoio, sulfite, SGP, Sistema de Gestão Pedagógica, como falta de conexão com a internet, excesso de informações, o uso dostablets para inserir frequência e resumo do conteúdo trabalhado, indisciplina, reformas na U.E,. E foi apontado como sugestões: maior número de projetos/ atividades no Contra turno, maior número de atividadesextracurriculares, auxílio de funcionários no controle da assiduidade discente, maior cota de xerox, folhas de sulfite, materiais, projetos que atendam ações de controle quanto a indisciplina, horários para planejamentos coletivos dos professores que não participam do horário de formação, socialização de boas práticas pedagógicas.
A avaliação é importante, pois identifica indicadores das ações que estão sendo consolidadas no interior da escola e proporciona um retrato das dificuldades que temos que enfrentar no dia a dia. A Equipe Gestora proporcionou ao grupo de docentes, alunos e pais, uma avaliação do percurso do processo ensino e aprendizagem dos nossos alunos. Muitos professores apontaram como positivo a Reorganização curricular do ensino municipal de São Paulo, apontaram como facilitadores, a distribuição dos anos em três ciclos, a docência compartilhada no ciclo interdisciplinar, o TCA, Trabalho Colaborativo de Autoria no Ciclo Autoral e principalmente a possibilidade de reprovação no final do ciclo de alfabetização e interdisciplinar e a reprovação nos três anos do ciclo autoral.
Os pais confiam na escola e destacam o compromisso com o processo de ensino e aprendizagem, destacando que os seus filhos aprendem e gostam de estar na escola, principalmente dos projetos que a escola oferece fora do turno regular de aulas. Quando questionados sobre a reprovação, os pais apontam que é necessário e válido para que os filhos aprendam a ter responsabilidade.
A Equipe Gestora avaliou como importante em realizar no início do ano letivo uma reunião com os pais, para apresentar as ações desenvolvidas pela escola, esclarecer regras de convívio, conversar sobre os objetivos e metas da U.E., convidar pais para a Assembléia e eleição do Conselho de Escola, foi relatado também a importância de divulgar para a comunidade os planos de atendimento para uso das verbas do PDDE/MEC FNDE Educação Integral e Escola Acessível, recursos que foram creditados em nome da APM da EMEF Professora Claudia Bartolomazi, no final de 2014.
A Equipe Gestora avaliou que o P.P.P. está de acordo com as necessidades de trabalho da escola, está conseguindo envolver os diferentes segmentos da escola na tomada de decisões e conseguindo gerenciar as mudanças com a Reorganização Curricular do Município de São Paulo.
A opção escolhida para o Projeto de Intervenção em nossa U.E., foi a 3: Planejamento, execução e avaliação de ações voltadas à solução de uma problemática considerada relevante pela comunidade escolar.
Eixo 3: As práticas da Gestão Escolar no Planejamento Pedagógico e as práticas de Avaliação Institucional e de Aprendizagem como constitutivos de uma prática democrática na gestão escolar.
A decisão foi tomada com base no que já foi exposto e apontado também como necessidade por parte da equipe gestora, pois mesmo com pausas para diálogos, mediações e intervenções sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento, observamos que há contradições no processo de avaliação dos nossos alunos e também da própria prática pedagógica.
Uma das justificativas é o número de alunos que foram retidos em 2014, a reprovação foi acompanhada pela coordenação e direção da U.E., os pais foram chamados e foi dado ciência da situação do rendimento dos seus filhos e foi realizado orientação para melhorar o acompanhamento do percurso da aprendizagem.
Nos conselhos de classe realizados foi possível analisar diferentes práticas avaliativas em uma mesma turma, dependendo do professor do componente curricular que ministra e pouco envolvimento do aluno na ação da sua aprendizagem e principalmente na condução da sua avaliação.
Nas reuniões de organização da U.E., com os professores e funcionários foi apresentado a avaliação da U.E., bem como o número de alunos reprovados por ano e ciclo, foi necessário criar duas turmas, uma do 6º ano e outra do 9º para atendimento dos alunos retidos, foi colocado também a necessidade da melhoria dos nossos registros no SGP, principalmente no acompanhamento da frequencia dos nossos alunos, na oferta da compensação de ausências, na elaboração do PDI, plano de desenvolvimento individual para os alunos que possuem deficiência e dificuldades de aprendizagem, na recuperação contínua, na justificativa do encaminhamento para a Recuperação paralela, no destaque para a oferta de atividades diversificadas avaliativas, no acompanhamento dos professores em módulo de composição de jornada, no trabalho interdisciplinar na docência compartilhada, nos encaminhamentos e orientação para o Trabalho colaborativo de Autoria, entre outras ações.
Para justificar o plano de intervenção no eixo 3, também foi apresentada a Portaria 6572/2014, que dispõe sobre a organização das Unidades de Educação Infantil, de Ensino Fundamental, de Ensino Fundamental e Médio e dos Centros Educacionais Unificados da Rede Municipal de Ensino, § 2º - As necessidades e prioridades estabelecidas pela comunidade educacional, expressas no Projeto PolíticoPedagógico deverão ser objeto de estudo dos Projetos Especiais de Ação – PEAs, que definirão as ações a serem desencadeadas, as responsabilidades pela sua execução e avaliação, priorizando os temas de Alfabetização e Avaliação.
O Projeto Especial de Ação – PEA, projeto de formação dos docentes e equipe gestora é “Direitos de Aprendizagem e Avaliação: A avaliação como instrumento para a garantia dos direitos de aprendizagem”.Tem como data de início 10/03/2015 e término em 02/12/2015, com 150 horas de estudo.
Pensar em educação de qualidade é vincular esse processo educativo ao acompanhamento e a avaliação. A qualidade social da educação proposta no Programa Mais Educação São Paulo é aliada à garantia dos direitos de aprendizagens. Uma avaliação para a aprendizagem deve garantir esses direitos.
O Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar aponta uma concepção de avaliação para a aprendizagem onde avaliar tem o sentido de apontar as possibilidades, os avanços e as limitações que ocorreram durante o processo de ensino aprendizagem e orientar a tomada de decisões, servindo como reorientador das práticas pedagógicas.
A partir da Nota Técnica 22 sobre a Avaliação para a Aprendizagem no Ensino Fundamental do Programa Mais Educação São Paulo, considera-se que o processo avaliativo envolve a obtenção de informações sobre a aprendizagem dos alunos, sucedido por uma análise que envolve um juízo de valor e decisões sobre a prática educativa. Objetiva garantir a aprendizagem do aluno mediante o aprimoramento do trabalho escolar, envolvendo todos os participantes da ação educativa em momentos individuais e coletivos.
Usar a avaliação nessa perspectiva democrática só é possível se houver a superação do caráter de terminalidade e medição de conteúdos aprendidos tão arraigados às práticas escolares. É necessário que a avaliação seja interpretada de forma dinâmica e não como um momento estático e linear na construção do conhecimento.
Mudar e repensar práticas tão comuns à escola exige formação de toda a equipe responsável pelas práticas educativas. Desta forma, propõe-se o tema de estudo deste projeto de formação.

Referências Bibliográficas

Decreto 54.452/13 e Portaria 5.930/13 – Programa de Reorganização Curricular e administrativa, Ampliação e Fortalecimento da Rede Municipal de Ensino de São Paulo – “Mais Educação São Paulo”.
           
Decreto nº 54.454 – Fixa diretrizes gerais para a elaboração dos regimentos educacionais.

Portaria 5.941/13 – Diretrizes para elaboração do Regimento Educacional.

Portaria 901/14 – Dispõe sobre Projetos Especiais de Ação – P.E.A         

CARVALHO, Lizete Maria Orquiza de; MARTINEZ, Carmem Lídia Pires. Avaliação formativa: a auto-avaliação do aluno e a autoformação de professores. Ciência & Educação (Bauru), p. 133-144, 2005.

HADDAD, Sérgio; GRACIANO, Mariângela. A educação entre os direitos humanos. Autores Associados, 2006.
           
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma relação dialógica na construção do conhecimento. Avaliação do rendimento escolar. São Paulo: FDE, p. 51-9, 1994.

Nota Técnica nº9. Avaliação dos Estudantes com Deficiência, Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) e Altas Habilidades/ Superdotação, matriculados na Rede Municipal de Ensino de São Paulo.         

Nota Técnica 22 sobre a Avaliação para a Aprendizagem no Ensino Fundamental, Incluindo a Modalidade Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Médio.


Claudia Maria da Silva Lourenço






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